sexta-feira, 20 de novembro de 2009

8 Novembro Batalha

Pois é, neste dia não valeu a pena levantar tão cedo!
Choveu, choveu, choveu...
A água não parou de correr, desde a viagem até ao final da Missa, e diga-se que o agrupamento não assitiu a missa, muito infelizmente, por causa da chuva.
Não podiamos dar-nos ao luxo de ser escuteiros e ficar o tempo todo debaixo de chuva, pela simples razões: há que trabalhar na segunda ou estudar na segunda e não convém apanhar uma constipação, pois agora tal está o estado da saúde dos portugueses tão cheios de ouvir falar na gripe A, que uma tossezita ou o catarro já deixa que todos nos olhem de lado!

Lavem as mãos com frequencia
Assoem-se com lenços de papel descartaveis
Espirrem para lenços de papel
Ao tossir usem também o lenço de papel ou façam-no para o vosso antebraço

Se cumprirem isto e não andarem debaixo da chuva nenhum Influenza, Pseudomonas ou Staphylococcus atarcar-vos-á!

PS aguardo as fotos da candidata a dirigente: Sara Loureiro!




-> Aqui tao as fotos:











domingo, 1 de novembro de 2009

DRAVE base da IVª 31out/1nov 2009



Drave e Passeio de Carrinha

Sete da manhã, era o que estava combinado.
O Carlitos "Pisco" "CIL" ainda não tinha a comida pronta e sonhou que podia encontrá-la no Sr. Lino. Conseguiu convencer o Hugo a ir à Flor de Trigo encher-se de baguetes e garrafas de água.
O Nuno, o Sousa e a Mota estavam com caras de sono, mas depressa começaram com traquinices envolvendo o Sousa e o colchonete do Pisco. A Dri pensava: "Onde é que eu me fui meter com 3 trabalhos para fazer e apresentar esta semana?".
O chefe Zé chegou passado uma hora e tal, ainda se esqueceu das chaves da sede, e nós fomos empacotando a carrinha dos Scouts com as nossas mochilas, restando poucos lugares para o grupo se sentar.

Todos estávamos a pensar ir enjoar e acabar com a cabeça fora do vidro, mas por incrível que pareça, e apesar das muitas curvas e solavancos extraordinários que a "Cabra de Regoufe", tão carinhosamente apelidada após o teste que lhe fizemos aos pneus, aos amortecedores e à direcção, não nos ter deixado mal, ninguém enjoou e tudo correu bem.

Saímos da sede já passava das oito. Entramos no centro do Marco, Favões, Vila Boa do Bispo, Alpendorada, o rio Douro, e também passámos por Castelo de Paiva e dirigimos até ao fim da linha de Arouca, tendo finalmente penetrado por sítios onde poucos carros se atreveriam a entrar, embora a nossa cabra de Regoufe, sempre sem medo nos mostrasse o que é capaz.
Claro que tudo nos parecia o Swing e a Montanha Russa, curva para a direita, curva para a esquerda, solavancos, derrapagens, descidas acentuadas e subidas onde a nossa raínha parecia querer abafar, mas não… lá chegamos à Drave… perdão, lá chegamos a um destino, surreal, rodeado, não por arranha-céus, bairros repetidos, sons descomunais das vias automóveis, dos metros e dos comboios, mas mágico, sem rede de telemóvel, sem electricidade, sem internet, sem o sensacionalismo comum de roteiros turísticos, onde uma placa alegórica quase nos passava despercebida, não haviam vendedores com souvenirs, não haviam shoppings, não havia nada senão meia dúzia de casas cravadas nos solos duros de xisto e ardósia daquela terra, bem enfiadas no fundo do vale entre duas serras.
Além disso, o nosso chefe não quis mostrar o que a nossa Cabra de Regoufe seria capaz, e tivemos que a abandonar no alto de um morro, a muitos quilómetros e milhas de distância daquela escarpa onde iríamos passar dois dias magníficos.
Chegou a nossa guia do local, a caminheira Renata para nos mostrar a beleza e as regras de conduta, que seriam para respeitar, pois temos sempre em mente perseverar o que encontramos.
Sorte tivemos quando um senhor e o seu filho, proprietários de uma casa do outro lado da serra passaram com a sua pickup todo-o-terreno e nos perguntou se queríamos levar as árvores, e todo o material para as plantar no carro. Mas é claro que sim!
E por isso lá fomos com as nossas moches carregadas de cobertores que não haveríamos de precisar e comida, muita comida, sem lanternas pessoais, mas bilhas de gás e petromaxes que nos haveriam de iluminar tão bem quanto a lua daquela noite.
Chegados à verdadeira encosta da Drave, já muito cansados e com as costas pouco habituadas a estas mordomias, quisemos almoçar ao mesmo tempo que avistávamos as cabras que vinham lá do longe, de Regoufe, para exterminar tudo o que fosse verde por aquelas paragens.
E lá fomos nós a correr para proteger as nossas árvores da aniquilação.
Passamos algumas horas a abrir buracos, a regar, a enfiar os tubos para proteger os ramos da ceifa deglutinante das cabras, e depois tivemos de regressar à nossa carrinha para buscar algumas coisas esquecidas, que haviam ficado para trás.
Pelas 16h o sol já não se via, o nevoeiro estava a chegar e tivemos que apressar o passo. Chegamos a ligar para o 112 porque vimos uma encosta a arder do outro lado da serra, que depressa se encobriu pelo nevoeiro.
Quando chegamos às nossas casas de xisto para jantar já era noite cerrada.
Por incrível que pareça, quase que não jantávamos porque o chefe Zé não sabia do seu saco de comida e achava que tínhamos sido nós, os autores de tamanha falcatrua. Mas não, o chefe esqueceu-se de onde havia colocado a sua saca da comida, e lá fomos nós depois de tanta procura encher o nosso estômago.
No meio de tanta algazarra, piadas e histórias do passado tanto pessoais como dos escuteiros, do tempo em que éramos crianças, o tempo foi passando, no entanto, quando olhamos o relógio, ainda eram nove da noite, e ainda íamos a tempo do nosso fogo de conselho que foi realizado perto da queda de água onde se fazia um barulho ensurdecedor.
O chefe Zé trouxe umas castanhas e fez-se juntamente um magusto, com bom vinho também.
Aí exploramos a nossa espiritualidade, discutimos a Religião e a Igreja, explicamos as nossas dúvidas e expomos as nossas questões sobre o assunto, delicado mas ao mesmo tempo bastante enriquecedor. Não obstante todas as dúvidas que se fizeram sentir, conseguimos sentir Deus nas chamas, na água, no solo, nos morcegos, nos sapos, nas rãs, nas cabras, no seu esplendor, e em nós próprios.
E fomos dormir com a sensação de que naquele dia tudo havia mudado em nós.
De manhã, as nuvens anteviam a chuva, e por isso após a refeição preparamos as mochilas, fechamos a aldeia e aventuramo-nos na subida dos morros e dos caminhos em xisto bastante difíceis de fazer.
Para mim foi um teste, pois incitei-me repetidamente a desistir, a atirar com tudo para o chão e deixar-me ali, a respirar sofregamente e em pânico ao olhar os quilómetros sempre a subir que ainda precisava fazer. Mas não reprovei, abafei as vozinhas insanas da minha cabeça e percorri tudo o que tinha a percorrer, mesmo sendo a última dos caminheiros, não desisti nunca de caminhar.
Chegados à carrinha mais transpirados do que molhados com a chuva, a morrinha que nos assustara, preparamos a nossa Cabra de Regoufe, forte, aventureira sem temor, e entramos naquele que seria o nosso melhor Rollercoaster de sempre. Agarrados e sentados na caixa aberta da parte traseira, aos solavancos e saltos retumbantes fizemos esta bicha subir estrondosamente o caminho de xisto esburacado e estragado até ao monte de São Macário.
Já abrigados da chuva visitamos o alto de São Macário, e a sua capela protegida com muros de xisto, a central eólica, e o restaurante Salva Almas.
Desta feita, retomamos a volta ao Marco por São Pedro do Sul, com menos curvas mas com muita chuva.
E um fim-de-semana passou, muito curto, mas proveitoso para o resto da vida.


Podem fazer o download de algumas fotos por aqui -> ftp://ftp.ua.pt/incoming/drave/Drave%202009.rar basta clicarem no link com o botão direito do rato e fazerem Guardar Como